segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Agradecimento à crise.

Terminar o curso no actual estado das coisas, mostra-me a importância de nos formarmos, ou investirmos, numa àrea que reflita os interesses e talentos de cada um, de forma a que essa aptidão inata seja capaz de criar, numa situação em que o estado das coisas nada garante e nada oferece. Por exemplo, não oferece muitos empregos a recém-mestrados em Engenharia Civil (Pós-Bolonha).

Escolher uma área de formação no 10º ano, candidatar-se a uma Faculdade, frequentar um determinado curso, pode desencadear um estado de confusão, em que muitas razões, mais ou menos superficiais, convergem para justificar essas opções, e depois, para mante-las. Justificações que parecem muito sólidas, porque se sobrepõe umas as outras, se arrastam no tempo e se baseiam em verdades antigas... Mas as verdades sobre os empregos, como outras, estão em movimento... Parece-me por isso que não é boa ideia jogar, optar, em função de sobreviver a um determinado estado das coisas... Parece-me, à alma de poeta que é a mais minha que tenho, bem mais racional viver em função de embelezar indeterminada mutabilidade do estado das coisas....
Entretanto, chega a conclusão do curso, chega a dificuldade de encontrar empreguinho por um salariozinho. E o que é que fica? (Depois de um processo que não vale a pena detalhar.) Fica o que é genuíno, gratificante, inato e honesto... (Era capaz de apostar, que para outros poderia ficar o que é ingrato e desonesto).

E se não fosse a crise (económica, está sobejamenta subentendido), teria adiado essa percepção, essa visão livre de mim. Obrigada então a ti, pela clareza sobre a minha utilidade, sem ter em vista a recompensa(zinha).

(Aos meus possíveis empregadores: eu quero o empreguinho e o salariozinho!!! Mas a informação que "ela" me deu, é valiosa, fica registada e cheira finalmente a liberdade. Aos que me permitem estar confortável (não passar fome, etc.) por não estarem desempregados, mas estando (talvez) presos: muito, mutíssimo obrigada também, prometo rentibilizar a oportunidade, já estou...)

E mais não digo, para já.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O que lembra o coração.

Quando os dias passam parados, o coração passa a pesar. Parece que se esquece de ser imortal.

Há paragens que se travestem de movimento. Há liberdades que não se tem onde tomar.

A inércia que nos visita, cada alma sabe onde a acomoda. Não incomoda. O que acorda é a dor do peso.

A inércia, não se teme, é convidada a entrar, a sentar, a beber um copo e instalada junto ao calor.

O que a alma vem pedir depois, depois de muito ou de pouco, é um passo a mais, um sítio a mais, uma palavra a mais, uma calor a mais… um medo desconhecido, a menos. Vem pedir, humildemente, a diferença, o sabor a vida contemplada.

 Saborear, é diferente de salgar. A vida aguerrida, é diferente de forçar adrenalina. Tocar o ser, é diferente de alucinar.

O Dia nasce sob um convite a arriscar, não a vida, essa imagem é grosseira. Arriscar, é trazer à luz, as pequenas sombras que se guardam, onde parecem nada ocupar, nada pesar e vão desviando os passos, parando os passos.

O Dia nasce, quando se agarra a clareza de as ver, o silêncio de as pressentir e a beleza de, por fim, arrastar o corpo ao seu encontro. Esse Dia nasce, trazendo a mais um dia, a leveza etérea do coração quando se lembra de ser imortal.

Agora estou aqui.

Pois é, agora "falo por aqui". O "my space" do messenger arranjou maneira de me recambiar para outro site... É desta forma que eles retribuem o meu contributo para o enriquecimento da literatura portuguesa. E como eu não gostei do ar do outro site... vou acampar por aqui.

Depois desta pobreza de abertura seguem-se as entradas com nível.