sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O que lembra o coração.

Quando os dias passam parados, o coração passa a pesar. Parece que se esquece de ser imortal.

Há paragens que se travestem de movimento. Há liberdades que não se tem onde tomar.

A inércia que nos visita, cada alma sabe onde a acomoda. Não incomoda. O que acorda é a dor do peso.

A inércia, não se teme, é convidada a entrar, a sentar, a beber um copo e instalada junto ao calor.

O que a alma vem pedir depois, depois de muito ou de pouco, é um passo a mais, um sítio a mais, uma palavra a mais, uma calor a mais… um medo desconhecido, a menos. Vem pedir, humildemente, a diferença, o sabor a vida contemplada.

 Saborear, é diferente de salgar. A vida aguerrida, é diferente de forçar adrenalina. Tocar o ser, é diferente de alucinar.

O Dia nasce sob um convite a arriscar, não a vida, essa imagem é grosseira. Arriscar, é trazer à luz, as pequenas sombras que se guardam, onde parecem nada ocupar, nada pesar e vão desviando os passos, parando os passos.

O Dia nasce, quando se agarra a clareza de as ver, o silêncio de as pressentir e a beleza de, por fim, arrastar o corpo ao seu encontro. Esse Dia nasce, trazendo a mais um dia, a leveza etérea do coração quando se lembra de ser imortal.

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