segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Não vou nessa.

Não há candidato a Presidente da República, ou a 1º Ministro ou qualquer outro posto político, a quem não se exponham aventuras no campo da corrupção e fraude de natureza diversa, que levam o povo português a uma certa indignação. Mas assim que os resultados das eleições são conhecidos, todos os gravíssimos "factos" são devolvidos ao seu estado de existência irrelevante e ignorável, por acusados, acusadores e respectiva assistência. Os portugueses não só se silenciam, como votam sem dar a conhecer algum sinal de desconforto... Só que vendo bem, o que resta? Fazer como o 3º candidato e dizer... "Eu sou contra o sistema"... ?!?!?! ... Eu sou contra o sistema mas quero ser presidente da REPUBLICA. Eu sou contra o sistema mas ponham a vossa cruz no meu quadrado. Eu não conheço ninguém contra o sistema, pelo menos de forma útil, mas acho que essa pessoa, esse movimento, não estaria na televisão, num comício a anuncia-lo... Acho que contra o sistema é underground... Ou então, contra o sistema, é não se deixar inflamar quando tudo o que sabemos da politica em Portugal, vem sob um circo mediático criado pura e simplesmente para nos provocar uma profunda indignação... enquanto a notícia durar. Acho que contra o sistema, contra o que se instiga, é ficar em paz e ver o circo passar. E saber que nenhuma diferença virá nem pela romantizada revolta agressiva, nem pela agressividade mal reprimida com que esta gente política tenta manter o confortável estado das coisas. Este é aliás o ponto que mais importa, independentemente das palavras "mudança", "diferente", "novo" e todos os seus sinónimos que se usem, e se gritem espumando. Como dizia o outro, que as moscas mudem, isso tudo bem, mas que a m****, essa se mantenha a mesma!

Para mim há isto: estar em paz no meio do sistema, evitando os telejornais, porque são produzidos por pessoas que se especializam em provocar emoções que perturbam a minha normal digestão, e eu não consigo concentrar-me em degustar os alimentos, honrando o sacrificio das vidas no meu prato, e ao mesmo tempo bloquear essas tentativas... afinal eles são profissionais e eu não sou um holly man. E depois, talvez um dia, fazer parte da mudança quando a mudança tiver condições de se realizar, quando o ponto de saturação se alcançar... Ainda estamos longe disso, talvez a décadas disso, talvez na minha proxima existencia. Não sei, só quero deixar publicamente claro que não sou a favor, nem me deixo encher de sentimentos de ser contra, simplesmente.... não vou nessa, nem vou nesta, nem nestes, irei numa outra!

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